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Cerimônia solene na ALERJ celebra os vínculos ancestrais e fortalece laços entre Brasil e Nigéria

Atualizado: 21 de ago.



Na quinta-feira, 15 de junho, o Palácio Tiradentes, sede histórica da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), foi palco de uma significativa sessão solene para recepção do Rei Timi de Ede, soberano do Reino de Ede Osun, na Nigéria. O encontro, marcado por simbolismos culturais e diplomáticos, teve como objetivo reforçar os laços ancestrais entre o Brasil e a Nigéria, abrindo novos caminhos para cooperação econômica e cultural entre os dois países. Essa iniciativa foi promovida pela deputada Renata Souza.




"Receber o Rei do Reino de Ede Osun na Alerj é uma afirmação de nossa ancestralidade africana, um passo essencial para a reconexão com nossas raízes e para a construção de pontes entre a África e a diáspora. A resistência cultural presente nas escolas de samba e blocos carnavalescos do Rio de Janeiro é um reflexo vivo desse legado"

Declarou Renata Souza em seu discurso de abertura. Durante a cerimônia, Renata ressaltou a importância deste momento histórico, lembrando que cerca de 57% da população do Rio de Janeiro se autodeclara negra.

Mesa de Honra: Líderes Religiosos Afro-Brasileiros


A mesa de honra foi composta por figuras de grande relevância no cenário religioso afro-brasileiro, como Mãe Maria de Shango (Ase Oloroke Pantanal), Mãe Margareth d'Osun (Ilê Axé Omi Bain), Mãe Flávia Pinto (Comunidade de Terreiro Afroindígena Casa do Perdão) e Carolina Omidele Morais, historiadora e cofundadora do The African Pride. Também se destacaram na cerimônia o Secretário e Conselheiro Especial do Governador de Osun para Assuntos Culturais, Ayodeji Lukman Wahab, que reafirmou o compromisso da Nigéria em fortalecer as conexões culturais com o Brasil.



As falas das Mães de Santo presentes na mesa também trouxeram à tona a importância da preservação e propagação das tradições religiosas afro-brasileiras, enquanto o Secretário Ayodeji Lukman Wahab apresentou um vídeo que reforçou o compromisso do Estado de Osun com a continuidade desses laços.

Um tributo musical às tradições afro-religiosas



Os hinos nacionais do Brasil e da Nigéria foram entoados, seguidos de uma apresentação emocionante do grupo Alabê Funfun, que trouxe à tona as tradições musicais africanas com um toque dedicado a Xangô.


A cerimônia prosseguiu com discursos de figuras-chave do circuito afro-religioso e cultural, como Babá Elias de Oxum e Babá Mauro de Oxossi. Na ocasião, também forem entregues Moções de Aplausos e Louvor ao governador do Estado de Osun, Ademola Nurudeen Jackson Adeleke, e ao Rei Timi de Ede, em reconhecimento à sua contribuição para o fortalecimento das relações entre Brasil e Nigéria.

Discursos de resistência e tradição


Ayodeji Lukman Wahab, secretário e conselheiro especial do governador de Osun, enfatizou a necessidade de compartilhar a rica cultura nigeriana com o Brasil. "Estamos prontos para nos conectar culturalmente, pois somos irmãos. Precisamos de vocês para ajudar a desenvolver nossa terra. O governador está comprometido em unir esforços e investir, trazendo festivais nigerianos para enriquecer nossa cultura conjunta", afirmou.


Carolina Omidele Morais, fortalece laços entre Brasil e África com seu contínuo trabalho


A brilhante Carolina Omidele Morais, CEO do projeto The African Pride, reforçou a importância dessas visitas como um primeiro passo na construção de pontes culturais. Fundada no Rio de Janeiro em 2017, a The African Pride atua como uma ponte entre os dois países, promovendo intercâmbios culturais, de negócios, acadêmicos e de comunicação.


“Este é o início de uma jornada que visa construir pontes culturais, econômicas e educacionais entre nossos povos. O The African Pride foi fundado para promover esses diálogos e estamos entusiasmados com as possibilidades que se abrem a partir deste encontro", afirmou.

Carnaval e Ancestralidade: Unidos da Tijuca marca presença



Entre os ilustres presentes na sessão solene, destacaram-se também os representantes da Escola de Samba Unidos da Tijuca, acompanhados de seu renomado carnavalesco Edson Pereira. O evento contou com uma apresentação da porta-bandeira Lucinha Nobre. A escola que no próximo ano trará à Marquês de Sapucaí um enredo dedicado ao orixá Logun Edé. A participação da Unidos da Tijuca no evento sublinhou aconexão entre o carnaval carioca e as raízes africanas, reafirmando o compromisso da escola com a valorização e celebração da cultura afro-brasileira.


Encerramento Solene: Mensagem do Rei Timi de Ede



Em seu discurso de encerramento, o Rei Timi de Ede expressou seu desejo de fortalecer os laços culturais e religiosos com o Brasil, destacando a importância de projetos conjuntos.


"Estamos aqui para construir algo em comum, porque o que é de vocês também é nosso. O Brasil nunca desistiu de sua cultura africana, e nós queremos expandir essa conexão. Quando retornarmos à Nigéria, trabalharemos para facilitar a emissão de documentos e vistos, promovendo uma relação ainda mais próxima entre nossos povos"

O evento foi finalizado com um cortejo conduzido pelo grupo Alabê Funfun, que, ao som dos tambores, conduziu os participantes ao Salão Nobre, onde uma recepção feita pela Cheirinho de Dendê, marca de Rosa Perdigão, foi organizada para celebrar essa ocasião histórica.




A importância desse encontro

Como artista visual e afrodocumentarista, testemunhar esse encontro é um lembrete de que a história dos nossos ancestrais está viva.Vivemos em um país onde, por séculos, as tradições afro-religiosas foram perseguidas e relegadas à margem da sociedade. Cada atabaque que ecoou no Palácio Tiradentes, cada cântico entoado, foi um ato de resistência, um resgate do orgulho e da dignidade que nos foi negada por tanto tempo. Esse evento reafirma a importância de ocuparmos espaços que antes nos eram hostis. A união entre a cultura afro-brasileira e as tradições nigerianas representa uma ponte para o fortalecimento da nossa identidade coletiva. O reconhecimento de líderes como o Rei Timi de Ede e as homenagens prestadas reforçam a ideia de que nossas raízes são profundas e que nossa cultura é um tesouro a ser preservado. Esse encontro é um lembrete de que a luta pela preservação de nossas tradições é contínua, e cada passo dado em direção à reconciliação e ao respeito é um avanço significativo para toda a comunidade afrodescendente. A partir desse evento, fica claro que a resistência cultural não é apenas uma necessidade, mas um dever sagrado de todos nós que carregamos o legado de nossos antepassados."

Rômulo Corleone

Artista Visual, Fotógrafo e Jornalista Afro documental.

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